terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

> bancos para poesia


O projeto de 2009 chamou-se "Bancos para poesia".
Aproveitamos seis bancos de concreto construídos nos arredores da ONG, onde as oficinas acontecem. Apresentamos durante as aulas alguns poetas dos quais seis deveriam ser escolhidos para "inspirar" os bancos. Escolhemos poetas de diferentes estilos, idades e Estados do país, e as crianças desenhavam a partir da leitura de suas poesias. Privilegiamos então aqueles que foram melhor recebidos pelos alunos ou que tinham a ver, de certa forma, com o local e com as idéias do momento. Quando começamos a selecionar os desenhos, entender para onde eles nos levavam, descobrimos também frases e poesias inteiras, criadas pelos alunos.

"Era uma casa muito engraçada/não tinha teto/não tinha nada..." de A Casa, de Vinicius de Moraes, surgiu A Casa da Rafaela: "Minha casa é muito engraçada/não tem nada/e está sempre alagada", e a da Hanna: "Minha casa não tem parede/mas tem rede/minha casa não tem teto/ela é humilde/mas tem paz e felicidade/e uma família." E ainda, de Cecília Meireles: "...Liberdade, essa palavra/que o sonho humano alimenta/ que não há ninguém que explique/e ninguém que não entenda...", a Rafaela desenha as casas da favela com meninas brincando de pique e uma delas diz num balãozinho: "Liberdade é correr sem guerra."

Um banco foi dedicado à poesia das crianças. E em todos os textos e desenhos nos chamou a atenção o tempo real, a vida real, o tom imperativo, a fantasia, o possível, a beleza, urgente, o presente.

Um comentário:

Cau Torres disse...

Muito bacana este projeto. Também sou arquiteta e já fiz parte de um projeto de arte em comunidades carente pela Prefeitura do Recife.
Excelente iniciativa. Parabéns a todos!